Os problemas
ambientais fazem hoje parte das preocupações permanentes da esmagadora maioria
dos portugueses. No Euro barómetro os
portugueses aparecem como os campeões europeus da poupança de água. Cerca de 63%
dos inquiridos dizem que estão a reduzir o consumo do precioso líquido por
razões ambientais, quando a média europeia é de 37%.
A atitude dos portugueses também está a mudar rapidamente
porque há problemas graves que continuam por resolver e alguns deles, como a
mobilidade, podem piorar devido aos cortes no investimento público e no
investimento das empresas públicas de transportes. É o caso da rede
ferroviária, onde a degradação do serviço prestado à população e dos horários é
já bem evidente.
Noutras frentes os avanços são contraditórios, como acontece
nos lixos. Com efeito, o Euro barómetro revela que 71% dos portugueses separam
o lixo para reciclagem, um valor próximo da média europeia (72%). Mas as
estatísticas oficiais indicam que apenas 13% do lixo produzido em Portugal é
reciclado, contra uma média de 25% na UE. Quanto ao restante, 54% vai para
aterro sem qualquer tratamento, 18% para incineração e 15% para compostagem. O objetivo
nacional é chegar a 2020 com 53% de reciclagem, um pouco acima da meta fixada
pela UE para a média dos 28 estados-membros (50%), mas estamos ainda muito
longe e faltam poucos anos para o conseguirmos.
Bom desempenho na energia
Em contrapartida, no consumo de energias renováveis Portugal
continua a registar um dos melhores desempenhos a nível europeu, No seu discurso na Cimeira do Clima da ONU em Nova Iorque, o ministro
do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva,
lembrou que Portugal já tem 27% de energia renovável no consumo final de
energia e quase 60% no fornecimento de electricidade, sendo a dependência
energética do exterior (em combustíveis fósseis) a mais baixa dos últimos 20
anos (72%).
O ministro destacou também o lançamento recente do
Compromisso para o Crescimento Verde, um plano a longo prazo que define dezenas
de metas quantificadas e de novas iniciativas para promover ao mesmo tempo a
proteção do ambiente e um crescimento económico sustentável. foram assinaladas cinco metas para 2030: o aumento do valor acrescentado verde a uma
taxa anual de 5%, a criação de empregos verdes ao ritmo de 4% ao ano e a sua
duplicação, a redução das emissões de gases com efeito de estufa em 30% a 40%,
cerca de 40% de energia renovável no total do consumo e um crescimento de 30%
na produtividade do uso de recursos naturais.
Rita Damião e Diogo Calhariz
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